#099 O fascínio de contar histórias
Tenho sentido uma vontade cada vez maior em escrever a história da produção de um videojogo e não tecer críticas à obra em si.
Ultimamente, tenho sentido um interesse cada vez maior em conversar sobre videojogos, especialmente com os seus criadores, e em absorver todo o processo de produção — desde a faísca inicial da inspiração até ao momento em que o jogo ganha forma e chega ao público, seja através da Steam ou nas prateleiras de uma Fnac ou Worten.
Esta pequena epifania surgiu quando recebi Donkey Kong Country Returns HD para analisar, depois de ter publicado no Rubber Chicken a minha peça que intitulei de Alentejo: Tinto’s Law, o Oeste Ibérico da Loading Studios. Já não escrevia uma crítica há alguns meses, a última, curiosamente, também foi sobre uma nova versão de um clássico da Nintendo: Paper Mario: The Thousand-Year Door. Mas, mais do que avaliar um videojogo, o que me tem fascinado cada vez mais é contar a história por detrás da sua criação — não a história que o jogo conta, mas a de quem o fez.
Gosto de dar uma voz humana aos criadores, de perceber o que os motiva a transformar uma ideia num videojogo e de saber como superam os desafios inevitáveis ao longo do caminho. As histórias que já contei em O Artesanato da Diversão nunca são meros relatos de sucesso imediato ou de desenvolvimentos tranquilos. Pelo contrário, quase sempre envolvem tentativas, erros, reviravoltas inesperadas e decisões difíceis. Algumas ideias surgem num estalar de dedos, como um súbito “Eureka!”, enquanto outras levam anos a amadurecer. Muitas são influenciadas por memórias de infância, paixões, filmes, livros ou até por um simples detalhe do quotidiano que acende a centelha da criatividade.
E é precisamente esse processo — essa alquimia entre inspiração e trabalho árduo — que me cativa cada vez mais. Por isso, até ao final deste ano ou no início do próximo, quero transformar essa paixão em algo concreto: escrever e publicar um livro em formato ebook. Será difícil, porque nunca o fiz. Porém, acredito que será muito recompensador, escrever algo desta magnitude.
Leituras
Não Bons textos pejados de bom comentário nos jogos que incidem. Escreve-se na nossa nossa praça e mais pessoas deviam sabê-lo.
Em Brotato somos uma batata e matamos monstros. Estava aqui a pensar como podia complementar esta frase, mas no fundo é apenas isso. Somente isso. - Gonçalo Carvalho sobre Brotato, Rubber Chicken
A componente multijogador é um dos pontos mais fortes de Deathtrap. É genuinamente divertido e exigente enfrentar os Orcs, sendo sempre necessário um nível de cooperação e coordenação que não estava à espera. - Pedro Pestana sobre Orcs Must Die! Deathtrap, IGN Portugal
Num simples clique, sinto-me a regressar aos tempos em que estava no recreio a jogar com os meus amigos ou quando ia em direcção ao quiosque junto da minha casa para adquirir mais umas saquetas. - "Pokémon Trading Card Game Pocket: saquetas do pequeno-almoço ao jantar" por Francisco Isaac, Rubber Chicken
Por debaixo da pele da nostalgia, esconde-se o mesmo jogo que tem vindo a ser reeditado desde 2009, com a estreia na PlayStation 3, e isto poderá dividir os fãs a longo prazo. Por agora, e com todo o mérito, Ninja Gaiden II Black é uma celebração da série e é um sinal de vida quando tudo parecia estar perdido. - João Canelo sobre Ninja Gaiden II Black, Echo Boomer
Jimbo convida-nos assim para um simples jogo de cartas, personagem essa que ganhou vida também mais recentemente através do seu icónico sorriso trapaceiro de Joker, ou se preferirem Palhaço ou até mesmo Arlequim, que para todos os efeitos nesta análise vou tratá-lo como Quim devido a todos os insultos passivo-agressivos que ele me dá desde dezembro passado. - Nuno Mendes sobre Balatro, Meus Jogos
Cada nível introduz gimmicks únicos que transformam o level design constantemente e evitam a monotonia, lembrando a criatividade do outro exemplo recente que tivemos, Nikoderiko. E é essa variedade que mantém o jogo dinâmico e repleto de surpresas, obrigando-nos a uma constante adaptação aos novos desafios que vamos conhecendo. - Ricardo Correia sobre Antonblast, Rubber Chicken
Para ouvir
Finalmente, o meu podcast favorito regressou. Relembro, como já o fiz diversas vezes, para manter tudo claro quando recomendo este podcast, também contribuo para um programa do Split-Chicken. O programa principal voltou e o segundo episódio do Pixelstória também já está disponível. Vão ouvir, vale bem a pena.
Vejam isto
Este vídeo é de um youtuber que publica o seu trabalho de forma esporádica. Dada a qualidade dos seus vídeos, percebe-se bem porquê. Provavelmente, o melhor vídeo sobre motoserras em videojogos.